O exame dura em média de 15 a 20 minutos e é semelhante ao de ultrassonografia, em que o paciente fica deitado de costas e com a camisa levantada para expor o abdômen. O médico coloca o gel lubrificante antes de passar a sonda que irá gerar imagens na tela do aparelho, a partir das quais o diagnóstico e a progressão da doença serão avaliados.
A Elastografia também pode ser utilizado para avaliar a evolução do tratamento, avaliando a melhora ou piora do tecido hepático.
As hepatopatias crônicas vêm se tornando um importante problema de saúde pública, especialmente em decorrência da elevada prevalência de hepatites virais crônicas e da esteato-hepatite não–alcoólica, as quais podem evoluir à cirrose em 20 a 30% dos casos, quando o risco de carcinoma hepatocelular pode chegar a 1-3% ao ano. Por esta razão, a identificação da fibrose e cirrose hepáticas tem grande valor diagnóstico e prognóstico, proporcionando melhores decisões terapêuticas e no acompanhamento do paciente, uma vez que a fibrose pode ser revertida.
A bióspsia hepática tem sido o padrão -ouro para o diagnóstico de fibrose/cirrose, porém, é um método invasivo, com alguns riscos e contra-indicações. Por este motivo, vêm-se buscando métodos não-invasivos para a detecção de fibrose. Neste contexto, a elastografia hepática guiada por ultrassonografia vem emergindo como excelente método alternativo à biópsia, com excelente reprodutibilidade e correlação bem estabelecida com o escore de METAVIR (biópsia).
De acordo com o consenso americano de elastografia hepática 2015, a elastografia está, definitivamente indicada para a diferenciação entre os pacientes que apresentam fibrose mínima ou ausente (correspondendo aos graus F0 e F1 de METAVIR), e aqueles com fibrose severa e cirrose (METAVIR F3 e F4). Ainda, é consensual que o método é de grande utilidade para monitorar a progressão da doença e a resposta ao tratamento.
A elastografia hepática por ultrassonografia é baseada no princípio de que a fibrose altera as propriedades viscoelásticas do fígado, tornando-o mais rígido. A aferição deste rigidez é realizada através da medida da velocidade com que uma onda de cisalhamento atravessa o parênquima hepático. Esta velocidade será diretamente proporcional ao grau de fibrose do parênquima. Os resultados podem ser apresentados em m/s (velocidade) ou Kilopascals (medida de rigidez).
Atualmente, os equipamentos para diagnóstico de fibrose hepática dividem-se em dois grupos, conforme a fonte geradora da onda de cisalhamento, podendo a mesma ser um impulso mecânico(Fibroscan) ou um Impulso Acústico (ARFI). Dentre as técnicas disponíveis neste último grupo, uma das mais recentes é a técnica Elast PQ, do equipamento Phillips Afinitty 70, disponível em nosso serviço.
O exame é semelhante a uma ultrassonografia abdominal total, realizado com o paciente em jejum de cerca de seis horas, não havendo necessidade de outros preparos adicionais. Os resultados não são afetados pela presença de ascite e de esteatose, sendo contra-indicada somente em casos de congestão hepática e atividade necro-inflamatória. Atualmente, de acordo com o fabricante do equipamento e também de acordo com Consenso/2015, os valores de referência propostos para a técnica Elast PQ (aparelho Philips Affinity 70) são os seguintes:
METAVIR F<;= 2 (Ausência de fibrose significativa): < 5,7 Kpa
METAVIR F4 (alguns F3) (Fibrose avançada e/ou cirrose): >15 Kpa (2,2m/s)
Assim, a elastografia hepática, ao medir o grau de rigidez hepática, pode diagnosticar a presença de fibrose/cirrose hepáticas, assim com monitorar respostas terapêuticas, com excelente reprodutibilidade e correlação bem estabelecida com os escores de Metavir.
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